Espécie típica do Pantanal impressiona pela habilidade de usar pedras e galhos para quebrar frutos e caçar pequenos animais, além de ter papel essencial na regeneração das matas.
Entre os galhos mais altos do Pantanal, um pequeno primata mostra o quanto a natureza pode ser engenhosa. O macaco-prego (Sapajus apella), considerado um dos animais mais inteligentes das Américas, surpreende não apenas pelo comportamento curioso, mas também pela capacidade de usar ferramentas — algo raríssimo entre os animais silvestres.
Pesquisas mostram que esses macacos são capazes de utilizar pedras, gravetos e até pedaços de madeira para quebrar frutos duros, abrir sementes e capturar pequenos animais. Essa habilidade coloca o macaco-prego entre as poucas espécies do planeta que desenvolveram o uso de objetos para resolver problemas, ao lado de grandes primatas como chimpanzés e orangotangos.
Curiosos, sociais e estratégicos
Os macacos-prego vivem em grupos bem organizados, liderados geralmente por um macho dominante. Extremamente sociáveis, eles passam boa parte do tempo se comunicando por sons e gestos, cuidando uns dos outros e se movimentando pela copa das árvores em busca de alimento.
Sua dieta é variada, composta por frutas, sementes, ovos, insetos e pequenos vertebrados. A curiosidade constante faz parte da rotina da espécie, que costuma explorar o ambiente com atenção, observar objetos e testar novas formas de interação com o meio.
Além da inteligência e da habilidade manual, os macacos-prego têm uma memória espacial notável. São capazes de lembrar onde há árvores frutíferas e retornar ao local na época certa, demonstrando uma noção de tempo e espaço pouco comum entre animais de pequeno porte.
Engenheiros da floresta
Mais do que inteligentes, os macacos-prego são verdadeiros aliados do equilíbrio ecológico. Ao se alimentarem e se deslocarem por longas distâncias, espalham sementes que germinam e dão origem a novas árvores. Esse comportamento natural faz deles importantes agentes de regeneração florestal, especialmente em biomas como o Pantanal, o Cerrado e a Amazônia.
Sem perceber, os grupos de macacos ajudam a manter o ciclo vital das florestas e contribuem para a manutenção da biodiversidade, reforçando a importância da convivência entre fauna e flora.
Símbolo de adaptação
O macaco-prego também é conhecido por sua capacidade de adaptação a diferentes ambientes. Pode viver em matas densas, áreas alagadas e até regiões próximas a propriedades rurais, o que demonstra sua versatilidade e resistência. Essa habilidade de sobreviver em locais alterados pelo homem tem sido fundamental para a conservação da espécie, mas também revela o desafio crescente da perda de habitat.
Mesmo assim, o comportamento curioso e a inteligência desse pequeno primata continuam encantando pesquisadores e turistas que visitam o Pantanal. Em muitas trilhas e passeios, ele é facilmente reconhecido por seus olhos expressivos e movimentos ágeis entre os galhos.
“É fascinante observar como um animal tão pequeno consegue resolver problemas complexos e viver em comunidade com tanta harmonia”, destaca o texto do @pantanalblog, que compartilhou o registro feito em uma das áreas de mata do bioma.


